Você vai ouvir uma amiga, uma tia ou um colega do bar dizendo para não fazer terapia pois o casamento irá acabar. Errados eles não estão…
E outra coisa é certa: 99% dos casais procuram terapia quando tudo está perdido, lidam com a terapia de casal como com um culpado de aluguel que eles pagam para poder justificar a extrema unção da união.
Então a falta de diálogo, as discussões constantes, o luto, o relacionamento ruim com os filhos, o nascimento ou a adoção de filhos, traições não são motivos para buscar a terapia de casal? Sim, e não.
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Em primeiro lugar as pessoas nem sempre compreendem que o casal da terapia não é necessariamente o casal casado, ou seja, poucos pares buscam a terapia durante o namoro, o noivado...no entanto, seja lá qual for o conflito ou desafio que o casal esteja vivendo hoje, ele não começou ontem e esse é o pulo do gato. Não estamos acostumadas nem acostumados a enxergar a terapia como elemento profilático, como prevenção. Não aprendemos a prevenir, vivemos na cultura do remediar, e quando passa muito tempo, o remédio não tem mais efeito porque o câncer já se espalhou, nesse momento, poucos (casamentos/uniões) sobrevivem.
O preconceito com a ideia da terapia só faz crescer os danos, em geral as pessoas sentem que seja ela de terapia de casal, individual ou de qualquer tipo, procurar ajuda profissional para lidar consigo mesmas é uma falência. Mas não é. É assertividade, é inteligência, é estratégia, é dedicação, é preocupação, é amor. E só tem benefícios e o principal deles é simplesmente viver melhor.
Mas… e se a outra pessoa não quiser? Faça você e continue oferecendo, o brilho de quem se descobre é contagiante e em algum momento a outra pessoa vai querer acompanhar a sua luz ou, fugir dela...acontece mas se acontecer, você já será como uma estrela, independente.
Quem tem medo de ser a fonte de energia da sua própria luz? Posso dizer com certeza que quem quer viver melhor e procura ajuda profissional não tem esse medo; casais que querem viver ainda melhor e querem sentir-se inteiros numa relação, e não metades, também não tem esse medo.
Isso acontece

porque a terapia de casal nada mais é do que uma intervenção profissional, (de abordagem psicanalítica e visão sistêmica, no meu caso), que tem como objetivo auxiliar indivíduos a compreenderem-se como um, aprofundarem-se no seus “eus” e nessa trajetória, construírem mais qualidade na compreensão da “entidade” que esses indivíduos formam quando se unem, ou seja, quando renovam a cada dia a decisão de ser um casal.
Outro equívoco é pensar que o processo terapêutico é sempre um processo longo e extremamente dispendioso, e isso não necessariamente uma regra; para muitas pessoas, modalidades de terapia breve, com foco definido e quantidades de sessões determinadas são perfeitamente possíveis e muitas vezes mais eficientes, sempre depende muito mais da disposição de quem busca a terapia do que de qualquer outro fator.
Por fim, se você já se sente no olho do furacão do seu relacionamento afetivo, lembre-se que as chances de perder o seu casamento em 10 meses é muito menor do que a de ganhar um novo você e de melhorar a sua vida com a pessoa que você escolheu para amar em 10 sessões de terapia.

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