Apesar do título, eu não vou explicar a história de Stonewall. Mas faço questão de citar essa revolta, essa revolução. O que eu mais gosto na história de Stonewall é que as pessoas que protagonizaram essa história são justamente aquelas que estavam na margem da margem LGBT dos anos 1960. Por que a crueldade do preconceito consegue desses feitos: determinar quem é ainda pior entre os excluídos.
O bar Stonewall Inn pertencia a máfia e era frequentado pela "escória", pobres, travestis, lésbicas que não performavam "feminilidade", prostitutas, prostitutos, gays afeminados. Não, Betty Porter de The L World e Lito de Sense 8 jamais teriam entrado naquele bar.

Mas foram essas pessoas que começaram a gritar e a se debater contra a opressão da polícia de Nova York, já não dava mais pra aguentar, era bater ou morrer.
No Brasil? Ditadura, que perseguia as travestis e as gays. Por que existir com honestidade, só podia ser comunismo. Errado não está…
Mas eu cheguei até aqui pra falar o seguinte: poucos direitos nesse país (e naquele país lá do norte também) foram conquistados sem sangue e sem lágrimas. Na verdade, nesse instante não consigo pensar em nenhum que tenha sido exceção. Liberdade do povo preto escravizado, direitos civis, voto, eleições diretas, democracia, união civil, liberdade de credo...pra tudo isso, alguém chorou, lutou, sangrou antes de você, antes de mim. E quando você se esconde, finge que não é quem você é, quando te oprimem e você cala, mais cedo ou mais tarde vai precisar fazer análise...muita, mas cada movimento de anulação ao qual nos sujeitamos, é como se uma gota de lágrima, uma gota de sangue derramada no passado, se tornasse vã.
Se você pode, se têm condições, #façavaler por tantos e tantas e que ainda não podem.
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