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COMO SABER SE VOCÊ É HETERO? Identidade de gênero e orientação sexual: qual a diferença? (Parte 2)

Foto do escritor: Cipriano Psicanálise e TerapiasCipriano Psicanálise e Terapias

Alguém já presumiu a sua orientação sexual?


Você já perguntou para uma criança pequena se ela tinha um namoradinho ou uma namoradinha?


Quando você era criança (e se você tem mais de 25 anos eu posso afirmar com certeza) você ouviu essa pergunta e, também posso afirmar que se você é uma mulher cis, te pergutaram sobre namoradinhOs e se você é um homem cis, te perguntaram sobre namoradinhAs. Pode ter sido o pai, a mãe, a tia, um vizinho...não importa, você ouviu e não, ninguém nem sequer supôs a possibilidade de você ser homossexual. Hi-five para nós, pois para mim também foi assim.


O nome disso é heterosexualidade presumida. Nós só sentimos a necessidade de “sair do armário” quando nós mesmas aceitamos que o presumivel, o normal, é ser heterossexual. É por isso que os heteros não sentem que precisam se revelar, eles entendem que ser hetero é o padrão e que portanto, eles são normais. Isso é uma forma de silenciar.



Por que ninguém se envergonha de ser heterossexual? Eu não vejo nada do que se orgulhar em ser hetero, pri



ncipalmente sendo mulher...E em um dado momento eu me questionei, e como mãe pensei “será que estou reproduzindo a ideia de normalidade homossexual” para as minhas fihas de forma que elas eventualmente desenvolvam uma “vergonha” de ser hetero?


Pois o que deveria ser normal era simplesmente ninguém presumir a orientação sexual de ninguém.


“oi, tudo bem? qual o seu nome? qual sua orientação sexual? ah, bi! e no momento, você está em algum relacionamento ou saindo com alguém? ah, sim? e me fala, qual o gênero da pessoa que você está saindo? fluida, que ótimo! qual nome a pessoa está usando, e os pronomes? ah tá, Dani ela/dela! traga a Dani aqui um dia, beijo, me liga. obrigada, de nada”.


Estranho?


Estranho é que a cada gurpo de 10 pessoas que você conhece, 1 assumidamente não é heterossexual e você não se dá conta. Duas a cada grupo de 10 não é heterossexual você sabendo ou não, mas você considera que todo mundo é hetero...


Estranho é você estar agora num ambiente com 5 pessoas, sabendo que independentemente de você saber ou não, uma pessoa e meia dentre essas 5, não é hetero.


Estranho é o mundo no qual um pai de uma família de 7 pessoas, bota os dois filhos para fora de casa por serem gays e ainda diz que não são mais seus filhos e que a culpa é da mãe.


O fato é que gênero se aprende, mas é como aprender a usar uma fantasia apertada ou uma armadura pesada e poucos dão conta de vestir esses trajes uma vida inteira.


Assim acontece com a orientação sexual. A heterosexualidade presumida é parte do processo cultural que ensina para LGBTs que elas não são pessoas normais então, para encaixar-se na normalidade, algumas pessoas LGBTs são condenadas a viver uma vida inteira dentro de uma mortalha, tentam incessantemente viver a heterossexualidade compulsória e acabaram adoecendo o corpo e a mente, ou num deslize, tendo suas realidades descobertas, expostas (nos anos 90 por conta de suas esposas adoecidas mas essa é outra história).


Não importa se você nunca beijou alguém do mesmo sexo, ou se fez sexo com alguém do mesmo sexo. Ninguém sugere aos que pensam ser heterossexuais, “ficar com alguém para ter certeza” ou, “esperar a pessoa certa que isso vai passar”. Não tem nada de normal em ser hetero e também não tem nada de errado com isso, afinal, se você gosta...


A questão é: Por que você espera que homossexuais se assumam? Sair do armário, que horror tenho dessa expressão… tudo que envolve esse tal armário é puro silenciamento e opressão.

Se você é heterossexual, você nunca teve de fazer essa revelação para família, para amigos e amigas e depois de novo no trabalho e depois de novo na faculdade e depois de novo em outro trabalho e de novo e de novo e de novo…


Homossexuais também não têm de fazer isso e não é uma questão de esconder ou omitir.


É que a gente não tem de sair de armários que nós nos recusamos a entrar.


É geração Z queer, não foi sempre assim não.

Nós sangramos e choramos para normatizar a nossa orientação sexual.

Aproveitem e façam valer!









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